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Tão Iguais

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Custava a acreditar que naquele dia, um dia normal de trabalho, atenderia uma mulher. A única que vi passar pela minha cama até aquele momento. E como era linda… com um olhar e um sorriso fez com que meu único desejo, naquela hora, fosse que as escadarias acabassem logo para que chegássemos imediatamente no pequeno quarto do hotel.

O cheiro. Cheirava a óleo de pitanga. Enlouquecedor. Cheiro de mulher… Invadiu-me como um sentimento novo, uma vontade nova, um desejo incontrolável. Paixão. Tudo era tão igual aos outros dias, porém tão diferente. Ela era diferente. Ela me fazia ter vontade de continuar…

Estava empolgada com a minha primeira vez. Ansiosa e insegura. Tanto desejo, que era inibido pela falta de saber o que fazer. Na verdade, eu sabia exatamente o teria que ser feito, mas preferi deixar que as coisas acontecessem naturalmente, como tudo que é especial deve ser. Ali, nada era automático, certo, seguro, como sempre era.

No quarto, ela foi direto sentar-se na cama. Resolvi observá-la, sorrindo. Era linda demais. Usava um vestido preto curto que deixava as pernas à mostra. Tinha os cabelos negros, compridos, bem tratados e especialmente cheirosos. Era toda cheirosa… o perfume mais alucinante que eu já havia sentido. Aquela imagem me perturbava, o quarto parecia pequeno e nada parecia mais importar. Éramos apenas nós duas, prontas para experimentarmos toda a sensação delirante que o momento prometia. Ao ser observada, ela sorriu timidamente, porém deixando transparecer, no olhar, um desejo incontrolável.

Ainda meio sem jeito, sem saber o que fazer e nem por onde começar, a abracei por trás, afastei seus cabelos e tentei beijar suas costas e ombros. Senti novamente seu cheiro – pitanga – o que me provocou arrepios. Passei a boca lentamente sobre seu pescoço e ela respondeu com um suspiro profundo e um gemido baixinho, ao mesmo tempo em passava suas mãos firmes por debaixo da minha saia, tentando me tocar por cima da calcinha. Já completamente molhada, virei-a de frente para mim para que nos beijássemos. Um beijo profundo, calmo, meio tenso e cheio de tesão. Com cuidado, abaixei a alça de seu vestido para poder tocar seus seios, já bem rígidos e encostados em mim. Ela afastou-se, no momento em que toquei seus mamilos.

Abraçou-me. Éramos como estranhas, mas senti, pelo abraço, que ela queria mais. Olhamo-nos por um tempo e ela, um pouco envergonhada, propôs que tomássemos um banho.

Tiramos a roupa uma da outra, sem pressa, enquanto trocávamos beijos molhados e nos tocávamos… Mas, por vezes, eu me sentia travada. A novidade me deixava insegura. Logo eu, que sempre sabia o que fazer.

– Bom, acho que não estamos nos dando bem, né? – tentei dizer.

– Não… estou achando tudo maravilhoso…

– Mesmo? É que é a primeira vez que faço isso. Assim, com uma mulher sozinha, sem um homem.

– Você faz muito programa?

– Bom, prefiro não falar sobre isso. A maioria dos clientes pergunta como entrei nessa. Não precisa ser assim.

– É, agora acho que quebrei o clima…

– Não, não. Eu costumo responder, mas é que não queria que fosse igual com você. Homens, mulheres… Sempre pensei que fossem diferentes.

– Mas são. Não está percebendo?

Puxou-me pela cintura e me beijou intensamente. Sua língua brincava na minha boca, como se mostrando o que ela queria que eu fizesse, e minha imaginação começou a ir longe…

Entramos no chuveiro. Eu já estava completamente molhada, e louca para senti-la. Com um sabonete na mão, eu a apanhei por trás, esfreguei minhas mãos em sua barriga e mordi levemente seu pescoço. Se fosse homem tudo isso seria automático – mas não era. A única tristeza foi ter que sentir o cheiro de pitanga de sua pele escorrer pelo ralo com meus baratos sabonetes de cheiro tão simplório. Meio sem jeito, busquei sua buceta, e ao encontrá-la pude senti-la quente e molhada. Nunca imaginei como isso poderia me deixar louca.

Ela se virou, e ansiosamente também buscou me tocar. Abraçamo-nos, enquanto nos tocávamos, sentindo os mamilos excitados uma da outra. Eu sentia seu clitóris ficando durinho enquanto o tocava, e consegui imaginá-lo na minha boca. Pela primeira vez na vida, sentia um desejo enorme de chupar uma mulher.

Loucas de tesão e apressadas, nos enrolamos na toalha e voltamos para o quarto. Tudo parecia já fluir naturalmente e o desejo já alcançava alturas absurdas. Sem que eu esperasse, ela me jogou na cama e ficou sobre mim. Desenrolou a minha toalha e a dela e começou a me beijar novamente.

Foi descendo. Beijava cada parte do meu corpo e eu já gemia alto de prazer, segurando em seus cabelos. Abriu minhas pernas e, devagar, ajeitou-se entre elas. Pude sentir sua língua quente perto da minha buceta, que se encharcava cada vez que a sentia mais próxima. Chupou-me com toda a vontade, passando sua língua em mim ao mesmo tempo em que tocava meus seios. Era a sensação mais delirante que já havia passado em anos de trabalho.

Tentei trazê-la de novo para perto de mim. Queria beijá-la novamente e sentir todo o meu gosto em sua boca, mas ela não deixou. Continuou a me chupar firme, as mãos passando pelo meu corpo, me deixando cada vez mais entregue.

Antes que eu gozasse, ela parou, deitou na cama e pediu para que eu sentasse em sua boca. Totalmente enlouquecida, beijei-a, para sentir o gosto de minha buceta naquela língua maravilhosa. Fiquei de pé na cama, com minhas pernas ao lado de seus ombros, e fui descendo devagar, imaginando aquela boca me fazendo gozar. Ela me olhou com tesão, passando as mãos nas minhas pernas e na minha bunda.

Finalmente sentei sobre ela. Sua boca tomou toda a minha buceta, e sua língua, ágil, explorava meu clitóris com gosto. Eu segurava sua cabeça e rebolava, sentindo o gozo cada vez mais próximo. Ela então pegou meu grelo entre os lábios e chupou-o, ao mesmo tempo em que o lambia. Não pude agüentar por muito tempo, estava delirando de prazer, e em vários espasmos, gozei loucamente, mais de uma vez.

Deitei-me sobre ela, exausta, e a abracei. Incrível pensar que eu estava sendo paga para sentir tudo aquilo. Ela afastou os cabelos de meu rosto e me olhou, com um carinho enorme. Beijei-a, de uma forma que ela soubesse o que viria depois. Queria sentir o gosto daquela mulher, dar a ela o prazer que ela me deu. Ela apertava minhas costas com vontade, e ao colocar minha mão sobre sua buceta pude sentir todo seu desejo.

De repente, ouço tocar um celular. Ela me afasta, assustada, e busca o aparelho na bolsa. Seu olhar se entristece, ela se vira pra mim:

– É, preciso ir embora. A brincadeira acabou…

Fiquei deitada, olhando ela se vestir, lavar o rosto e deixar meu cachê sobre o colchão. Antes de ir embora, me deu um selinho de despedida:

– Muito obrigada… Também foi a 1a vez que estive com uma mulher…

E foi assim que deixei a princesa de pitanga ir embora. E foi assim a minha primeira experiência com uma mulher.

Eloïse

Ali Love