Nos últimos meses, a representação queer na mídia passou por mudanças significativas, com muitos estúdios e serviços de streaming, como Disney, Netflix e HBO, aparentemente diminuindo o foco em produções com temas LGBT+. Essa redução pode ser atribuída a uma mudança nas prioridades, necessidade de focar em diferentes demografias ou pressões políticas crescentes. Apesar disso, a visibilidade queer nunca foi tão relevante. Programas como ‘The Wilds’, ‘The L Word: Generation Q’, ‘The Owl House’ e ‘Steven Universe’, reconhecidos por suas narrativas inclusivas, enfrentaram cancelamentos ou temporadas encurtadas, especialmente quando começaram a incluir personagens e temas LGBT+ de forma mais aberta. No entanto, ‘RuPaul’s Drag Race’ se destaca como um farol de visibilidade queer e trans, mantendo sua essência de inclusão e autoexpressão sem desculpas.
O formato do programa evoluiu ao longo dos anos, especialmente com a participação de competidores trans, como Monica Beverley Hillz, que se assumiu durante a competição. Atualmente, o programa realiza audições abertas para participantes trans, resultando em temporadas com uma representação significativa, como na 14ª temporada, que contou com Kerri Colby, Bosco, Kornbread ‘The Snack’ Jeté, Willow Pill e Jasmine Kennedie, que fez sua revelação em um momento emocional durante o segmento ‘Untucked’.
A plataforma de streaming WOW Presents Plus, gerida pela produtora World of Wonder, proporciona maior controle e independência sobre o conteúdo do programa. Com a maioria do conteúdo sendo financiado de forma independente, as decisões de ‘Drag Race’ são tomadas internamente, permitindo que o programa se concentre em seu público-alvo formado por pessoas LGBT+ e seus aliados. Os fundadores da WOW, Fenton Bailey e Randy Barbato, expressaram seu compromisso em produzir conteúdo relevante neste clima político e social desafiador.
Barbato afirmou que eles buscam trazer luz e positividade, em vez de se concentrar nas dificuldades. Ele ressaltou a importância de continuar criando, sendo gentil e amoroso, atingindo não apenas seu ‘tribo’, mas também um público mais amplo. Embora a visibilidade não garanta a longevidade na mídia mainstream, ‘Drag Race’ tem conseguido manter sua proposta, mesmo diante de pressões externas e limitações, assegurando que a representação queer e trans continue a florescer.
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