“Eu te amo. Nós vamos passar por cima de tudo isso, eu não vou mais deixar de viver a minha vida em função deles. Chega. Eu quero você na minha vida. No começo vai ser difícil como já está sendo, mas eu penso que quanto mais difícil agora, melhor vai ser o futuro. Assim que eu terminar meu curso daqui a dez meses, vamos arranjar nossa casa e então seremos só você e eu. Só peço que você não desista de mim.”
E eu lá tinha como ao menos tentar desistir da mulher da minha vida? Era impossível – ela em tão pouco tempo tinha dominado todo o meu consciente e até mesmo o sub e o inconsciente, invadiu meus sonhos e devaneios quando eu me pegava sorrindo feito boba, com o olhar distante, lembrando de algum de nossos momentos.
Estávamos ambas com os olhos vermelhos de chorar por causa do telefonema que interrompeu a magnificência da nossa tarde e da realidade que éramos obrigadas a enfrentar. Mas mesmo em face de todas as dificuldades que estavam por vir, eu não tinha o menor medo de lutar. Ela já era dona do meu ser. E eu faria de tudo para que ela também fosse para sempre minha e para que nunca mais se preocupasse com quem fingia se preocupar com ela só porque sabia que corria o risco de que ela saísse de seu controle.
– Droga – eu disse – Ele tinha que ligar bem na hora que você me disse que eu poderia fazer o que quisesse contigo!
Com os olhos vermelhos e inchados de chorar, sorrimos juntas. Estávamos na minha cama, eu já nua e satisfeita do prazer que ela havia me proporcionado e ela de top e calça jeans. Os olhos verdes dela estavam ainda mais verdes e naquele momento havia uma aura de total entrega no ar, eu sentia que estávamos mais próximas do que nunca.
– E o que você ia fazer, hein? – ela perguntou, insinuante.
Nesse momento, o CD player começou a tocar o cd do Djavan que ela havia me dado. A música “Pétala” me fez sentir que aquele seria um momento muito especial. Meu coração disparou no meu peito e comecei a fazer, não a dizer. Ela era a minha ativa, a única mulher da minha vida que fazia amor comigo no mínimo de calcinha. Só que eu sou relativa e, tendo conversado com ela sobre o assunto, eu sabia que ela simplesmente esperava a cinco anos – desde que se descobriu homossexual – a mulher que lhe tocaria o sexo, a quem ela se entregaria por completo.
Minhas mãos tremiam e deslizavam por seu corpo com todo o cuidado enquanto eu lhe beijava o corpo, fazendo-a se contrair quando lhe alcançavam os pontos fracos. Sua respiração de repente deu um salto e ficou mais alta; às vezes ela sugava o ar por entre os dentes, os olhos fechados para concentrar-se nas sensações.
Delicadamente, tirei seu top e fui beijando-lhe a boca, subindo até sua orelha para sussurrar o “Eu te amo” mais sincero da minha vida, descendo depois por seu pescoço, até derramar-me em seus seios. A minha alma estava totalmente entregue àquele momento. Vê-la reagindo como nunca aos meus toques, me fez sentir completamente dela.
Beijava-lhe a barriga, arranhava e mordia levemente sua cintura, tirando lentamente a sua calça jeans, beijando-lhe as pernas, com muita leveza e intensidade equilibrados. Eu não tinha a mínima pressa, me mantinha atenta às suas reações. Buscava, de repente, algum sinal de que ela não ia me deixar ir até o fim, mas felizmente, só o que vinham dela eram gemidos sussurrados.
Tirei sua calcinha e pude ver enfim o seu sexo. Ela tinha uma boceta linda, pequenininha e delicada, com os pêlos escuros bem aparados. Seu cheiro era devastador, despertava em mim instintos que ela não conhecia. Encaixei-me sobre ela e comecei um rebolado gracioso, nem lento nem rápido, nossos clitóris se tocando. Eu sentia ondas de calafrios percorrerem-me a espinha, os olhos dela vagavam pelo meu corpo e pelos meus próprios olhos: havia neles um novo brilho.
Ficamos assim por algum tempo, nos esfregando, eu às vezes me deitando sobre ela e mantendo o ritmo, gemia em seu ouvido, sentia seu corpo apertado no meu e sentia na minha pele sua boceta revelando como ela estava molhada. Eu agarrava sua coxa grossa e firme, me deliciava com seus movimentos acompanhando os meus, até que eu gozei – mais pelo prazer de tê-la finalmente do que pelo ato em si.
Foi quando eu decidi que a queria mais, inteiramente. Deitada sobre ela, voltei a beijar-lhe a boca. Descia minha mão por sua barriga e pernas e depois subia por elas, observando suas reações. Então, toquei-lhe o sexo e senti sua textura, seu calor e a incrível umidade que demonstravam seu desejo. Seus gemidos sussurrados se tornaram ainda mais sutis, mas as contrações de seus músculos demonstravam que ela estava se concentrando exclusivamente em sentir. Eu fazia movimentos circulares e suaves de um único dedo sobre seu clitóris e a beijava sem parar – em pouco tempo senti seu corpo tremendo sob o meu.
Depois disso, ainda não satisfeita, novamente lhe beijei toda a barriga, os seios, a cintura… Posicionei-me na cama com a cabeça entre suas pernas e, mantendo meu olhar em seu rosto de olhos fechados, deslizei minha língua por sua virilha e delicadamente alcancei-lhe a boceta molhada. Ela tinha um gosto maravilhosamente alucinante, e ao lambê-la uma única vez, ouvi um gemido sussurrado um pouco mais alto e vi seu corpo inteiro se contrair pela sensação.
Nesse momento, todos os meus medos desapareceram, minhas mãos pararam de tremer e meu coração se encheu de uma emoção tão grande que quase transbordei em lágrimas. Ela agarrou meus cabelos com uma mão, como se quisesse me impedir de sair dali. Comecei a chupá-la com intensidade, passando meus braços ao redor de suas pernas, agarrando-lhe as coxas pela parte inferior. Chupei-a com total devoção.
Beijei-lhe a boceta como se beijasse sua boca: alternava longos e intensos movimentos circulares com rápidas e curtas lambidas na ponta de seu clitóris com a ponta da minha língua, ou então lambia a sua boceta inteira de baixo para cima. Ela se concentrava tanto em apenas sentir e ficava tão quietinha, só reagindo em determinados movimentos, que ficou meio difícil saber o que lhe agradava. Mas eu não me importava de ficar ali o dia inteiro, afogada em seu prazer, sufocada em seu cheiro maravilhoso.
E de fato, perdi a noção de quanto tempo fiquei ali. Mas tudo finalmente culminou numa cena que eu jamais vou esquecer: sua mão puxando meu cabelo, um gemido mais alto e não mais sussurrado escapando de sua boca, seu corpo contraindo-se inteiro por alguns segundos, sua respiração ficando alta e ofegante – todas as reações fugiam ao seu controle.
Continuei beijando carinhosamente sua boceta com minha língua por mais alguns segundos, enquanto sentia seu corpo amolecer e sua respiração lentamente voltar ao normal. Deitei-me sobre seu corpo tremente e senti no meu próprio peito, colado ao dela, seu coração acelerado. Beijei-lhe a boca com todo o amor que transbordava em mim e sussurrei-lhe ao pé do ouvido:
– Delícia… Eu te amo!
Fiquei ali, deitada sobre seu corpo, enquanto ela se recuperava. De repente, ela se rolou pela cama e me colocou sob ela, com seus olhos brilhantes de leoa que apanha a presa, antecipando o que ainda estava por vir…