O telefone costuma tocar sempre em horas impróprias. Basta a gente ligar o chuveiro para tomar banho, estar no banheiro na hora que não dá para interromper ou começarmos a fazer amor, que pimba! Olha a máquina do inferno com sua campanhia diabólica tocando!
Naquela noite ela tinha chegado do trabalho e eu estava no escritório terminando de digitar uns textos em tamanha concentração que não a ouvi entrar, me pegando de surpresa quando me deu aquele delicioso “boa noite” acompanhado do sorriso mais lindo que já vi na vida. Larguei tudo o que estava fazendo na hora. Cada segundo ao lado dela era imprescindível e não queria desperdiçar nenhum. Levantei para beijá-la e me abraçou cheirando meu pescoço colocando os cabelos atrás das orelhas para poder me beijar com as mãos segurando meu rosto.
Encostei na mesa e entre minhas pernas ela se aconchegou no me abraço pedindo carinho toda dengosa. Beijava minha boca fazendo meus óculos embaçarem e eu retribuía ao carinho enquanto tirava para colocá-los em cima da mesa.
Ficamos uns cinco minutos ali naquele abraço delicioso conversando sobre os acontecimentos sem novidades do dia que passamos longe. Peguei-a pelas mãos beijando as palmas e a levei até o sofá tirando suas sandálias e beijando seus pés enquanto os massageava. -“Quero te namorar hoje” – ela me dizia deitando nos meus braços e se aninhando no meu peito passando a mão suavemente no rosto.
O sofá laranja, as calças pretas, o calor do corpo junto ao meu, tão meu… Na ternura de todo aquele afeto retribuía o carinho com um amor profundo e puro.
Ríamos de bobeiras trocando carícias. Seios, sexo, barriga, cabelos, rosto, beijos… Um tesão suave, sem pressa, no sofá confortável do escritório cheio de livros, vinis e toda a parafernália de trabalho, souvenires, bolas de tênis, fotos, cheiro de livro guardado e o sorriso lindo dela iluminando minha alma com doçura e paz.
Levantamos e ficamos abraçadas indo sem nos soltarmos para o quarto, tirando as roupas pelo caminho num afobamento danado, falando enquanto nos beijávamos. “Preciso tomar banho” – Tá, eu também. – “Fica no banheiro me olhando?” – Fico. – Touca no cabelo, o corpo nu, o barulho da água, o cheiro do sabonete nas mãos que deslizavam pelo corpo que eu tanto desejava tocar. Nossa intimidade compartilhada num momento tão simples e inesquecível! A água escorrendo pelo corpo dela e o amor da minha alma apaixonada pela beleza do ser que me completava com perfeição.
Vestiu a camiseta que adoro e a calça sem calcinha folgada e molinha para deixar tudo mais fácil de ser tocado. Olhava-se no espelho do banheiro e eu a beijava no pescoço sentindo o cheirinho do frescor do banho recém tomado abraçando-a por trás, deslizando as mãos pelos seios e pela barriga por baixo da blusa. Arrepiada parou o que estava fazendo, fechou os olhos, sentindo o carinho das minhas mãos que entravam pelo cós da calça tocando o sexo úmido pelo desejo que ela queria sentir com mais intensidade. Eu a olhava pelo espelho passando a língua pela orelha e pelo pescoço massageando a nuca com a mão cheia do óleo cheiroso que ela passava pelo corpo. Virou-se para mim abrindo os olhos e mordendo a boca num sorriso deliciosamente safado me puxou para a cama em silêncio sem parar de sorrir. – Peraí, preciso tomar banho também. – “Não! Seu cheiro tá maravilhoso! Vem”.
Na cama continuamos o carinho cheio de intimidade, nos olhando, nos tocando, nos sentindo em silêncio. Às vezes falávamos algo, mas não era necessário.
A luz do abajur no olhar dela me dava uma paz sem igual. Acariciava minha barriga descendo e me tocando o sexo, masturbando com a intensidade exata, tirando minha blusa para beijar meu corpo, mordendo, chupando, sem parar de me tocar. Tirei a blusa e a calça e ela deitada de lado me tocava separando as pernas para que pudesse tocá-la também.
O clitóris delicado pulsava no deslizar da minha mão na umidade do sexo. Separei-o delicadamente com o dedo tocando entre os lábios onde mais sentia prazer. Gemia se movimentando, colocando a língua na minha boca e sussurrando entre sorrisos as loucuras do desejo que estava sentindo. Parou de me tocar e beijar e ajoelhou na cama segurando na guarda ficando com o sexo em direção da minha boca para que eu a chupasse. Com a língua a penetrava sentindo o gosto bom dela enquanto subia e descia gemendo baixinho de prazer. Segurava a bunda obrigando-a a descer para chupá-la melhor e tocar o clitóris com a ponta da língua e acariciá-la por trás. Gozou na minha boca sem parar de se movimentar e quando ia gozar de novo o telefone tocou. Ela parou, deu um sorriso, passou o sexo mais uma vez na minha boca e deitou de lado para atender ao telefone.
Morrendo de tesão e vontade de gozar também a abracei por trás enquanto ela conversava ao telefone tentando controlar a voz e a respiração alterada por causa do desejo. Com ela deitada de costas nos meus braços enterrei meu rosto no perfume dos seus cabelos passando a perna por cima do quadril dela, me tocando em silêncio, respirando o cheiro e o calor do corpo no meu aumentando o ritmo do toque e a intensidade do abraço. Ela continuava falando ao telefone com a voz e a respiração cada vez mais controladas. Tirou o edredom que nos cobria e o frio no calor dos nossos corpos trouxe um arrepio suave. O orgasmo de olhos fechados respirando a suavidade do seu cheiro foi intenso me deixando quase sem ação por um tempo mesmo depois que ela desligou o telefone e se virou para mim com os olhos de espanto me abraçou perguntando à gargalhadas: “Que iiiiisso?”. Continuamos a namorar curtindo a intimidade e entrega como nunca tivemos tempo de curtir.
O amor não acabou muito menos o desejo, mas sinto que houve alguma coisa em algum ponto como uma ligação que interrompe de repente algo que estamos fazendo e que não devíamos interromper.
Eu a amo de verdade e vou esperar por ela assim como esperava ouvir sua voz todos os dias numa ansiedade gostosa que me fazia pulsar de emoção.
Eu espero o momento exato e o tempo certo.