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Se toque, garota!

Masturbação. Palavra formada pela junção de 2 palavras latinas: manus (mãos) e turbari (esfregar), ou seja, esfregar com as mãos…

Durante a maior parte da história humana ocidental, a masturbação foi encarada como falta grave e abominada pela maior parte da religiões, com o argumento que poderia levar ao vício, à loucura, e servir como abertura para o diabo. E ainda hoje isso não mudou muito. É só fazer uma busca no Google, com as palavras “masturbação + pecado”, que serão encontrados sites de várias correntes religiosas condenando sua prática.

Para nós, mulheres, assumir a prática da masturbação talvez seja mais complicado ainda que para os homens. Mesmo depois da Revolução Sexual e do Movimento Feminista ocorridos na última metade do século passado, ainda restam resquícios (fortes) da repressão à livre expressão do prazer sexual feminino. A sexualidade e o prazer femininos somente agora estão sendo encarados com maior naturalidade, e resta um caminho ainda longo para que esta visão se extenda às mulheres lésbicas.

A masturbação é algo perfeitamente natural e saudável, sendo observada não só em seres humanos, como em muitos animais. É comum bebês e crianças tocarem seus órgãos genitais e daí obter prazer (que é bem diferente do prazer sexual da forma que pensamos) mas, à medida que vamos crescendo e nos tornamos adultas, tudo à nossa volta parece nos dizer que obter prazer tocando o próprio corpo é errado. E então surgem os mitos, as culpas e as travas.

Existem inúmeras motivações para uma garota se masturbar. Desde o desejo sexual em si até o estress. Sim, porque muita gente se masturba quando está tensa, ansiosa ou mesmo com insônia, pois o orgamo libera endorfina e ajuda a relaxar. Além disso, o prazer sexual também contribui na diminuição de dores (enxaquecas, inclusive), aumenta o bom humor, melhora a circulação, melhora a pele e retarda o envelhecimento,entre inúmeras outras vantagens… Psicologiamente, masturbar-se pode auxiliar na liberação (e descoberta) de fantasias e experimentações que normalmente não teríamos coragem de compartilhar com outra pessoa. E é inquestionável a importância da masturbação na adolescência, quando estamos iniciando nossa vida sexual e cheias de dúvidas. Pensando bem, tem muita lógica a gente descobrir primeiro sozinhas onde e como sentimos prazer e depois deixar que outras nos proporcionem isso, não? Muitas têm o primeiro orgamo desta forma…

Quanto às formas de masturbação, existem tantas quanto mulheres que se masturbam. Cada uma tem um jeito e pensa em algo diferente quando toca a si mesma. É comum o uso de acessórios para penetração, tanto vaginal como anal, e o toque clitoriano (ah, o nosso querido amigo clitóris…), mas também a utilização do chuveirinho, de travesseiros, etc. Algumas precisam de estímulos externos, como um filme pornõ ou um conto erótico, outras utilizam como pano de fundo as prórías fantasias.

E, importante dizer, não há o menor problema em querer se masturbar mesmo estando namorando ou casada. São sensações diferentes, prazeres diferentes, e não irá interferir em nada na relação. Pode ser uma delícia se masturbar na frente da sua parceira ou ver como seu amor sente prazer sozinha – é um saboroso compartilhamento de intimidades que pode apimentar a relação.

A masturbação só passa a ser um problema quando o orgasmo só é atingido através dela, quando vira um vício e passa a atrapalhar a rotina diária, ou quando se torna uma forma constante de escapar da realidade. Quando estas situações ocorrem, é imprescindível uma ajuda psicológcia ou psicoterapêutica.

Por isso, garotas, mãos à obra… Toquem-se, descubram-se, inventem formas de obter prazer e depois mostrem para suas parceiras. Masturbar-se é saudável, de graça e não tem contra-indicação…

Cinco Irmãs

Matthew Mitcham, nadador olímpico, sai do armário